segunda-feira, 6 de abril de 2015

Iaí galera! Bem vindos ao "com dengue, sem bioquímica"! Esse blog, apesar de estar no meu nome (Levi dos Santos), é uma parceria de 3 pessoas: Eu, João Paulino e Matheus Saraiva. Nós somos alunos do curso de medicina da Universidade Federal do Piauí Campus Parnaíba. Nesse blog discutiremos e tentaremos relacionar a dengue com a bioquímica. Como primeiro post, vamos mostrar um breve contexto histórico da dengue. 
                   
               
A dengue é uma doença antiga, da qual são encontrados relatos clínicos e epidemiológicos potencialmente compatíveis, em uma enciclopédia chinesa datada de 600 DC. Também foram descritos surtos de uma doença febril aguda no oeste da Índia Francesa, em 1635, e no Panamá, em 1699, não havendo certeza quanto a ter sido dengue. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana, é provavelmente originário da África Tropical tendo sido introduzido nas Américas durante o período de colonização. Aqui o vírus da dengue circulou desde o século XIX até as primeiras décadas do século XX, quando então se apresentou uma erradicação da doença promovida pelas campanhas de combate à febre amarela urbana baseadas na eliminação do Aedes aegypti. 
Nos anos 60, o vírus foi reintroduzido nas Américas, sendo as primeiras epidemias documentadas em laboratório, aquelas que ocorreram no Caribe e na Venezuela em 1963 e 1964 (Organização Panamericana de Saúde 1995). Desde então, o número de países reinfestados aumentou a ponto de alcançar proporções similares às existentes antes das campanhas mencionadas (Clark 1995). Na década de setenta se introduziu nas Américas o sorotipo DEN-1, que depois da sua primeira detecção na Jamaica em 1977, se propagou pela maioria das ilhas do Caribe causando surtos explosivos da doença. Epidemias similares foram registradas também em países da América do Sul, América Central e no México (Teixeira et al 1999). Segundo a Organização Panamericana de Saúde 1995, foram notificados nestes países cerca de 702.000 casos de dengue durante o período de 1977 a 1980. Em 1981, a forma hemorrágica da doença é introduzida nos países da América, provocando a ocorrência de uma grave epidemia em Cuba, quando foram registrados 344.203 casos com 116.143 hospitalizações e 158 óbitos (Torres 1998). De acordo com a Organização Panamericana de Saúde 1995, durante a década de 80, o problema da dengue aumentou consideravelmente, tendo sido caracterizado por uma enorme propagação geográfica nas Américas. Diversos países, que passaram décadas sem registros da doença, sofreram grandes epidemias no período de 1980 a 1990, com destaque para a Colômbia, México e Brasil. 
No anos 90, o quadro epidemiológico das Américas e do Caribe agravou-se e epidemias de dengue clássico são observadas freqüentemente em vários centro urbanos até os dias de hoje, sendo que muitas delas estão associadas a ocorrência de casos de dengue hemorrágico. 

               

 Bom galera, esse post foi apenas introdutório, mais a frente relacionaremos a bioquímica com essa enfermidade. Até a próxima!

FONTES:
  • Organização Pan-Americana da Saúde. Organização Mundial da Saúde http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=3168:dados-dengue-nas-americas-2013&Itemid=777
  • UNICEUB. Centro Universitário de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2422/2/9760432.pdf



12 comentários:

  1. GRUPO M: Muito interessante saber um pouco do histórico da dengue, como surgiu, onde foi que apareceram seus primeiros casos, como se alastrou para as demais regiões. Detendo-se ao Brasil, vale ressaltar que, os primeiros relatos de dengue datam do final do século XIX, em Curitiba (PR), e do início do século XX, em Niterói (RJ). Mas o que chama a nossa atenção é como essa doença pode ter se alastrado tanto, estar presente até hoje na nossa sociedade, mesmo tendo passado mais de séculos do seu primeiro registro e possuir diversas variações de manifestações dela. O que nos leva a pensar no forte e poderoso mecanismo de intervenção no organismo que esse vírus possui e buscar entender os mecanismos moleculares que levam à replicação do vírus com o genoma RNA, que faz com que ele seja tão ofensivo ao homem. Vale ressaltar a importância de conhecer sua biologia molecular, sua bioquímica, enfim, suas aplicações científicas, para que se possam planejar e criar terapias antivirais da dengue. Podemos dizer que os mecanismos que controlam a tradução e a amplificação do genoma viral estão geralmente regulados por complexos de RNA-RNA e RNA-proteínas, formados entre determinadas regiões não codificantes do genoma viral com proteínas celulares ou virais. Essa recombinação é o que garante a grande diversidade do vírus da dengue, que fazem com que ela se manifeste em diferentes formas, porém ainda é um desafio para os pesquisadores, saber de que forma as moléculas de RNA interagem e porque isso é importante para a replicação do vírus. Fica aí uma sugestão de tema para ser debatido nas próximas postagens ;)

    Referência:
    BARRETO, Gustavo; AGUIAR, Raquel. Centro de Estudos aborda mecanismos do vírus da dengue. Disponível em: Acesso em 10 de abril de 2015.

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  2. GRUPO B
    Entender como uma doença tão importante para o Brasil atualmente se tornou uma ameaça à saúde pública é de extrema importância para entender como deve funcionar as políticas para o combate do mosquito vetor. Além disso entender como o vírus em sua múltiplas variedades atua no organismo vivo e altera as funções bioquímicas nos faz projetar possíveis terapias em busca da cura da doença.Um importante passo foi dado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro ao descobrir a expressão de proteínas diferenciadas em células hepáticas infectadas. O estudo detectou a presença de 25 proteínas exclusivas em um universo de 119. A análise mostrou o aumento das enzimas relacionadas ao estresse oxidativo nas células com dengue. A presença de uma citosina (fibra orgânica presente no citoplasma) chamada MIF, envolvida em doenças inflamatórias e auto-imunes, também estava aumentada. Além disso, foram encontradas nessas células a proteína Timp-2 e proteínas que ajudam no enovelamento da proteína viral. O estudo também detectou, nas células infectadas, a diminuição da expressão da molécula DENV2. “Essa poderia ser a porta de entrada do vírus da dengue”, propõe Zingali. A hipótese será investigada futuramente pelos pesquisadores. O grupo pretende ainda correlacionar seus resultados com os de outra equipe, que estuda as proteínas expressas em soros extraídos de pacientes com dengue, para encontrar marcadores para a doença. Seria de grande curiosidade entender a relação dessas proteínas marcadores com a infecção pelo vírus do gênero Flavivirus, o vírus causador da dengue. Bom trabalho.

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    1. REFERÊNCIAS : http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/genetica/proteinas-da-dengue

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  3. GRUPO A:
    A postagem foi muito esclarecedora tendo em vista que ela abordou um pouco sobre a origem bem como sobre o contexto histórico da dengue, doença essa que é febril aguda, sistêmica e dinâmica, com diferentes apresentações clínicas, e de prognóstico imprevisível. Depois do período de incubação, que vai de quatro a 10 dias entre a picada do mosquito infectado e a manifestação dos sintomas, a doença começa bruscamente e se assemelha a uma síndrome gripal.
    A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que três bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção pela doença, que é transmitida pelo mosquito A. aegypti. Anualmente, 50 milhões de casos são registrados no mundo, sendo que 500 mil são considerados graves, e 21 mil resultam em morte. A dengue afeta mais de 120 países e é considerada uma doença negligenciada pela OMS.
    Realmente No início do século 20, a identificação do A. aegypti como transmissor da febre amarela urbana impulsionou a execução de rígidas medidas de controle que levaram, em 1955, à erradicação do mosquito no Brasil. Em 1958, o país foi considerado livre do vetor pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, a erradicação não recobriu a totalidade do continente americano e o vetor permaneceu em áreas como Venezuela, sul dos Estados Unidos, Guianas e Suriname, além de toda a extensão insular que engloba Caribe e Cuba. Isso levou a reintrodução do mosquito no território brasileiro, a hipótese mais provável para explicar esse fenômeno é a chamada dispersão passiva dos vetores, através de deslocamentos humanos marítimos ou terrestres (dinâmica facilitada pela grande resistência do ovo do vetor ao ressecamento).
    Por fim, gostaríamos de salientar que o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) realiza pesquisas para a melhor compreensão dos mecanismos moleculares que levam à replicação do vírus da dengue com genoma RNA (ácido ribonucleico), em parceria com institutos argentinos. Seria interessante a abordagem do tema pela grupo, aguardamos ansiosamente.

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  4. GRUPO A:
    Referências:
    http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=227&sid=94
    http://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/dengue?gclid=CjwKEAjwr6ipBRCM7oqrj6O30jUSJACff2WHAXLV86ajUmI7f-fYmxXWaA9bx9qfLmyMUuuOl5Iu6hoCGwDw_wcB

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  5. GRUPO F
    Ótima postagem, vocês conseguiram mostrar a história da dengue e sem dúvidas é preciso entender como uma doença se desenvolveu ao longo dos anos para planejar ações realmente efetivas em seu combate. Um ponto a se relevar é que uma doença tão importante ainda atinge diversas pessoas de todos os lugares do Brasil, sendo que simples ações poderiam acabar ou pelo menos minimizar muito os casos e a gravidade dos mesmos. Atualmente existem diversos grupos de pesquisas que tentam desenvolver tratamentos realmente eficazes para esta doença e todos eles passam necessariamente pelo entendimento bioquímico da replicação do vírus causador da dengue. Enfim tratar da dengue exige que conheçamos sua história, entendamos sua bioquímica e cuidemos de nossas casas para evitar a proliferação do mosquito, ou seja, erradicar a dengue passa por todos os setores da sociedade.

    REFERÊNCIAS
    http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=227&sid=94

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  6. GRUPO H
    Mais um grupo que começou muito bem as suas postagens! Espero que todos mantenham o nível até o final do período.. HEHE..
    Bem, falando de dengue, precisamos saber que os mecanismos que controlam a tradução e a amplificação do genoma viral estão geralmente regulados por complexos de RNA-RNA e RNA-proteínas, formados entre determinadas regiões não codificantes do genoma viral com proteínas celulares ou virais.
    O desafio dos pesquisadores, no entanto, é saber, por exemplo, se as moléculas de RNA interagem e de que forma isso é importante para a replicação do vírus...
    Para determinar a estrutura e a composição dos complexos requeridos para a replicação viral, emprega-se métodos bioquímicos e genéticos. Tudo com o objetivo de entender a biologia molecular do vírus da dengue e de outros flavivírus, visando o desenvolvimento de terapias antivirais. O que será muito bom para a nossa população.
    Sabemos que a dengue configura-se, nas últimas décadas, como importante causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo atingindo as zonas tropicais e subtropicais.
    Apesar de tudo, a informação, ainda, continua como um importante instrumento em defesa da saúde pública. Os materiais informativos produzidos e divulgados em uma campanha de saúde pública podem ter grande relevância no esclarecimento da população sobre a doença e sua prevenção, orientando sobre sintomas relativos a dengue clássica e a hemorrágica, além dos cuidados com focos domésticos, através da divulgação de informações científicas em linguagem popular, possibilitando a compreensão da etiologia, sintomatologia e medidas de controle.

    REFERÊNCIA:
    http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=227&sid=94

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  7. Postagem muito interessante, pessoal! Muito legal conhecer mais sobre a história da dengue no mundo e o quão ela é antiga.
    Já no Brasil,os primeiros relatos da doença datam do final do século XIX, em Curitiba e início do século XX no Rio de Janeiro. Nesse período, o mosquito Aedes Aegypti já era um problema por aqui, mas por outra doença, a febre amarela. E foi devido a campanhas que visavam o controle dessa enfermidade que tal mosquito foi erradicado do Brasil durante alguns anos. Entretanto, algum tempo depois houve sua reintrodução no Brasil, estando ele presente em todos estados brasileiros atualmente.
    REFERÊNCIAS: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/longatraje.html. Acessado em:13/04/2015.

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  8. Grupo D

    O tema que o grupo está nos trazendo é muito interessante, não só para estudantes ou profissionais da área da saúde, mas para a população em geral desse país em que foram relatados 1.452.489 de caso da doença em 2013.
    A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Ela é, hoje, a mais importante arbovirose que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.
    Assim espero que este blog continue trazendo informações a respeito de tal patologia, como características do vírus, que alterações microscópicas e macroscópicas que ele causa no organismo infectado, forma de diagnósticos e tratamento. Começar com o histórico da dengue foi uma forma muito interessante, aguardo as próximas postagens!!!

    REFERÊNCIAS:

    http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/situacao-epidemiologica-dados-dengue.

    Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002.

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  9. Postagem muito interessante e importante, já que é praticamente impossível lidar com uma enfermidade tão complexa e que atingem centenas de milhares de pessoas sem saber onde se originou e como se comportou ao longo da história. Um fator que chama a atenção é o quadro, no qual mostra que a América do Norte não apresentou nenhum caso de dengue. Isso até faz sentido, já que a dengue é uma doença tropical. O problema, é que as maiores empresas farmacêuticas encontram-se lá e na Europa, regiões que não são cometidas por esse problema de saúde publica. Logo, acaba que, de maneira geral, essas empresas não fazem investimentos maciços de recursos financeiros e humanos para o descobrimento de tratamentos mais eficazes e até mesmo uma vacina, já que esse problema não está nas suas zonas de interesse.

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